segunda-feira, 17 de maio de 2010

Da paixão, do medo, pra certeza!

Eu lembro da vez que minha mãe contou, que eu era pititinha, e chegava pros cães, e falava: "vem cá cachoinho!!!"
Me abaixava, isso com uns 2 anos, 3 anos, e chamava com as mãozinhas frenéticas...
Eu lembro que toda, não é "a partir de um tempo", mas TODA a minha vida, eu fui frenética por cães...enlouquecida, de passar pro lado da rua que tinha um, de ficar fazendo carinho nos viras da vida, de encheeeeeeer o saco dos filhotes dos amigos...enfim, frenética.
Tive alguns cães...uma beagle, que morreu novinha, com 2 meses, maldita parvo (acho que foi ai que eu consolidei a idéia de fazer veterinária)...Uma virinha, um labrador...
E ai vieram as minhas peças raras de hoje em dia...Donna, Nankin, e Otto, respectivamente...
A Donna é minha musa...foi com ela que comecei a querer adestrar, inventar coisas, errei e acertei...Logo fiz meu primeiro curso, Nankin, paixão por criação, Otto..enfim, todo mundo sabe disso...
Mas o que vim falar hoje, não sei se é porque to meio sensível ou sei lá...(leia-se TPM) é de como eles se tornaram realmente essenciais na minha vida...
Eu lembro quando vi a primeira vez um canil, eram vários cães...Todos muito amados pela dona, e minha primeira pergunta foi: será que dá pra gostar, ter uma ligação com todos eles?
Sempre foi uma dúvida, e eu tinha muito medo de começar a criar, ou ter mais cães, por causa disso, de começar a mexer com um, e esquecer do outro...
A outra dúvida, era se eu ia ter vontade de cuidar sempre, se um dia não ia ficar de saco cheio daquelas patinhas andando pra lá e pra cá como sombra, o dia inteiro...Aqueles latidos pro portão, as necessidades infestando o jardim, o cheiro de cachorro sujooo depois de sair na chuva, mesmo você gritando por horas que não era pra fazer isso... Eu via, na criação, a hora da comida, e ficava enlouquecida...eram milhares de potes, cada um com uma ração diferente-filhote, adulto, obeso, sênior- e pensava: meu deus, tem que gostar muito! Tem que ter muita paciência!
E ai você ia servir um cão, vinha outro diferente, e pulava em você, e derrubava toda a ração no chão...pra eles uma alegria, pra você o Ó...
Enfim...eu me assustava, e confesso que cheguei a pensar: acho que eu gosto de CUIDAR deles...de estudar eles, de conhecer seu comportamento e bem-estar e mantê-los assim, mas acho, que eu não quero TER eles...
Ser dona, cuidar todo dia...
O feitiço virou contra o feiticeiro...
Com a Donna, eu já me sentia muito feliz, mas infelizmente, ela foi criada no quintal, sem muitos cuidados...
Mas ai, chegou o Nankin, que andou comigo pra cima e pra baixo TODO o tempo desde a tarde que eu peguei ele, sempre, sem desgrudar, se não era ele me seguindo, era eu seguindo ele(vai que ele apronta), viajou comigo 2 dias depois, tem duas casas, conviveu com outros cães, gatos... Fazia tudo comigo, se eu não estava na faculdade, estava com ele, e no mínimo eu estava estudando e com ele embaixo dos meus pés, ou por perto, SEMPRE por perto.
Depois chegou o Otto...o primeiro cão criado com meus pais, e dentro de casa. Nem preciso falar nada né? Aquela bola, preta e peluda, gritonaaaaaaa, teimoso de tudo, mas engraçadissimo, com um senso de humor tremendo, e um carinho!
Dar comida pra eles era sempre a parte mais gostosa, ver aquele barulhinho dos dentes ainda de nenem mastigando, aquelas bochechinhas se movimentando, acho que só que fica do lado dos seus cães quando eles comem, sbem o quanto essa hora é mágica, e como cada um tem seu jeitinho fofo de comer... A hora que eles cansam, se abrem igual sapos, e colocam o focinho inteiro no chão, fazendo cara de dó...
E sem eu perceber, eu fui fazendo tudo que precisava, alimentando, dando vermifugos, levando pra fazer necessidade, automaticamente, sem me estressar, sem ficar triste ou achar que estava perdendo tempo...
E nessa semana, que agora completa exatamente 7 dias que estou longe deles, percebi, que o amor, por cada um deles, é ÚNICO, e que cada um deles tem um pedaço do meu coração, independente do jeito, do humor, da teimosia, ou da extrema esperteza...
É bizarro como dói ficar longe, mesmo sabendo que eles estão com meus pais, pois eu ia ter milhões de provas durante a semana, e eu queria deixar os dois juntos por mais tempo. É bizarro, achar que mesmo com pessoas que você sabe que cuidarão excepcionalmente bem, você ainda acha que eles estariam melhor com você, você cuidaria melhor, educaria melhor...
E a falta, ahh...a FALTA daquelas patinhas ao redor, ou de levantar a cabeça dos livros, e ver aqueles olhinhos cor de mel olhando pra mim...
Eles são minha vida agora. Ponto. Cada um, do seu jeito. Eles são meus terapeutas, me dão foco, me fazem pensar apenas no que eu REALMENTE tenho que pensar...
Na única semana que eu fiquei longe deles, eu realmente fiquei triste, dando valor pra coisas que eu não deveria dar, ficando chateada com coisas, que se eu estivesse com eles por perto, apenas falaria: bah, isso não é nada.
Eles dão vida pro que realmente é essencial, eles me tiram as mágoas, e me tiram dos sonhos, me trazendo pra uma realidade que parece um sonho.
Aqueles medos que eu tinha? A única coisa que eu quero hoje, é ter meus cães por perto, vê-los crescer, ou envelhecer no caso da Donna, bem, comendo do meu lado, vivendo e dormindo do meu lado.
A paixão eterna que eu tenho por cães não podia ser por nada, faltava um empurrãozinho. A certeza de que o que eu quero pra minha vida, agora é indiscutível.
Não importa quem mais fizer parte da minha vida: se a Donna, o Nankin, e o Otto, e os outros que um dia virão, tudo vai sempre ficar bem.

Ficadica: Tenham cães.

4 comentários:

  1. Post LINDOOOOOOOOOOOOO!!! Posso publicar no meu twitter???

    Essa parte aqui: "E ai você ia servir um cão, vinha outro diferente, e pulava em você, e derrubava toda a ração no chão...pra eles uma alegria, pra você o Ó..."
    é uma cena q eu nunca vi... onde é que acontece isso?????? huahauhauhauahuahauh


    Bjos Laugaaa!! Felicidades mil com esses pequenos!!!

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  2. Lindo post msm, Lauga!
    Eu tb tinha essas msms duvidas que você!E cheguei a msm conclusão!

    Bjos

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  3. Lindo, lindo, lindo!! Alias, que BC liiindo!! rsrsrs Tinha que ser primo da Caassshhhh!! Amei o blog! Parabéns!
    É, tb tenho 3.. e a vontade de ter mais, só cresce! Apesar do trabalhão!! Esses peludos entram na nossa vida de uma forma inesplicável!

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  4. Lindo texto!!
    Já tinha a certeza de que amava cães, acima de tudo borders, e depois de perder meu 1o border, fui correndo procurar a Camila (Emporium dos Caes)....e veio o 2o borderzinho, junto com muitos sentimentos confusos no início... Mas depois, muita certeza de que ter cachorro conscientemente é essencial e fantástico!

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